quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Pedrógão, o que sobra dois meses depois. E um sismo pela manhã

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia!
Sentiu o sismo desta manhã? Nós estávamos na redacção e já lançámos a notícia. Não foi assustador, mas foi o suficiente para deixar as mesas a tremer. Siga aqui - e já actualizamos a informação.
Mais problemas para Trump, lá na América. Trump abriu mais uma caixa de Pandora, comparando os supremacistas brancos a meros contra-manifestantes. E pôs o país no meio de uma guerra moral. Primeiro os republicanos e democratas, depois os líderes empresariais, noite fora cinco chefes militares - todos a dizer o que Trump não disse. Em defesa do Presidente veio o seu advogado (aqui, via NYT), com uma nota aos jornalistas acusando o movimento "Black Lives Matter" de estar infiltrado por terroristas. É bom lembrar: tudo isto começou por causa de uma estátua, esta estátua polémica. E só explodiu porque houve uma manifestação, esta manifestação de ódio. E teria ficado por aqui, não fosse Trump ter dito coisas que as imagens provam ser erradas.
Da Coreia do Sul, chegou uma garantia americana: "O problema com a Coreia do Norte vai resolver-se sem guerra", disse o novo primeiro-ministro coreano, garantindo que essa é também a posição de Trump (via CNN). Steve Bannon, o mais polémico dos conselheiros de Trump, deu uma surpreendente entrevista no mesmo sentido - diz que não há qualquer hipótese de se abrir um conflito militar. Será um ponto final?
Na Venezuela as coisas continuam difíceis. Esta noite, morreram 37 pessoas numa prisão (sendo que a polícia fala de um motim e o governador do Estado de um "massacre" promovido pelo Governo). Ao mesmo tempo, o novo procurador nomeado por Maduro mandou fazer buscas na casa da procuradora dissidente. O secretário de Estado português das comunidades escreve hoje no PÚBLICO um artigo explicando como o nosso Governo preparou "uma resposta a vários níveis". Nós, por aqui esperamos que funcione.
O que funcionou foi o ataque do Madrid. Mesmo com Ronaldo no banco, os "merengues" deram conta do Barça e levaram a Supertaça.

No Público hoje

Hoje passam dois meses sobre a tragédia de Pedrógão. Sugiro que começe por ver o desenho na nossa capa de hoje:
É o desenho de uma menina, cuja casa ardeu naquele dia, que está afixado num armazém. Mostra uma casa arder, um céu vermelho e duas crianças a chorar. Em letras gordas, coloridas a amarelo, escreveu a palavra “fogo”, mais abaixo, a vermelho “arder casa”, e a azul “casa velha adoroa” [adoro-a]. Quem viu o desenho, quem conta a sua história - e como ela comove os de Pedrógão - é o Luciano Alvarez: "O fogo ainda lhes arde no peito, mas acreditam no renascimento". E é também o Luciano quem conta a história do emigrante que andou a dar dinheiro de mão em mão. Já o Manuel Carvalho, conta-nos isto: na floresta negra de Pedrógão a natureza já está a fazer a sua parte, mas falta ainda um plano que junte o Estado e os privados para que seja ordenada e resistente ao fogo. Na frente de combate, a verdade é queainda pouco mudou (e ainda ontem vimos o concelho de Mação a ser devastado). Daí o Editorial do dia se chamar "o que sobra".
Lembra-se do crime de Ponte de Sor? Hoje voltamos a ele: a Ana Dias Cordeiro falou com Ruben Cavaco, o rapaz que foi agredido pelos filhos do embaixador do Iraque em Lisboa ("eles continuam a rir-se e eu é que passei por isso tudo"); e ainda nos dá novidades do caso - o processo não seguiu para o Iraque e não há novo embaixador.
Hoje publicamos um artigo de José Sócrates, em resposta à investigação que publicámos sobre a queda da "velha PT" (ontem, recorda-se?). Diz o ex-primeiro-ministro que nunca foi amigo de Ricardo Salgado, que o seu Governo até prejudicou o BES no caso da PT e que a culpa é... de Passos Coelho. Até cita Sérgio Moro, o juiz que acusou Lula da Silva. Como dizia outro socialista, esta é a verdade dele.

Verão que é de ler

Sono. É sobre as horas que dormimos que a Isabel Lucas conversou com Teresa Paiva, precisamente a nossa maior especialista em sono, na edição de hoje do P2 de Verão. Sobre as 10 horas que dorme Ronaldo, sobre como voltamos aos hábitos dos tempos da agricultura, sobre como estamos a "escangalhar" (que bela palavra) o que devíamos preservar. Está aqui, para ler de olhos bem abertos.
Quem não deve andar a dormir muito é quem anda por Paredes de Coura. Como o Mário Lopes, que esteve a entrevistar as estrelas da noite, os At The Drive-In, que andaram muito para aqui chegar (e seguiram pela estrada do sucesso). O André Vieira é outro dos felizes noctívagos e já nos vai avisando disto: "Unicórnios e concertos no telhado - começou o 25.º Vodafone Paredes de Coura".
Já sem sono, pronta a contar-lhe tudo isto e muito mais, a equipa do PÚBLICO vai ficar por aqui. 
Para si, segue um abraço quente.

Dia bom, até já!

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